Por Redação Tribuna do Planalto em 23/05/2025 - 10:47
Antes de completar cinco meses à frente da Prefeitura de Anápolis, Márcio Corrêa (PL) deixará o cargo temporariamente para embarcar em sua primeira missão internacional como chefe do Executivo. A viagem, marcada para começar na próxima segunda-feira (26), integra uma comitiva liderada pelo vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), que visitará Estônia, Finlândia e Singapura. A agenda oficial prevê reuniões com instituições de referência em digitalização de serviços e inovação na gestão pública. A assessoria de Vilela confirmou que a viagem acontecerá e Corrêa irá.
Márcio Corrêa será o único prefeito goiano presente na missão. Os prefeitos de Goiânia, Sandro Mabel (UB), e de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela (MDB), também foram convidados, mas recusaram participar da viagem. O objetivo declarado é o intercâmbio de experiências administrativas com foco na modernização da máquina pública.
Enquanto isso, uma grave crise política se instaura em Anápolis. Isso por que Márcio Corrêa foi citado em inquérito da Operação Máscara Digital, que investiga a existência de um grupo responsável por ataques virtuais contra adversários políticos. A investigação do Grupo Especial de Investigações Criminais (GEIC) aponta que o prefeito participava ativamente de um grupo de WhatsApp chamado “Café com Pimenta”, onde eram coordenadas postagens com conteúdo ofensivo, por meio do perfil anônimo “Anápolis na Roda”.
O inquérito policial nº 2506313221, enviado à 5ª Vara Criminal de Anápolis, indica que o então secretário de Comunicação, Luís Gustavo Rocha – preso no último dia 16 – integrava esse esquema ao lado do jornalista Denílson Boaventura, também detido. Ambos já foram soltos, mas exonerados de suas funções. Segundo os investigadores, mensagens atribuídas a Corrêa demonstram que ele teria dado ordens diretas sobre o conteúdo das publicações. Em uma das conversas, o prefeito teria dito: “Bora soltar essa no Anápolis na Roda 3”.
O material foi obtido por meio de análise técnica feita com um software desenvolvido pelo CyberGaeco, do Ministério Público de Goiás, garantindo a integridade das provas. A Polícia Civil pediu autorização ao Tribunal de Justiça de Goiás para seguir com as investigações, já que o prefeito possui prerrogativa de foro.
Agora, a situação pode respingar tanto no PL, quanto em Daniel Vilela. A reportagem procurou a Prefeitura de Anápolis, o prefeito Márcio Corrêa e o vereador Jean Carlos, líder do governo na Câmara Municipal, mas até a publicação deste conteúdo, nenhum deles havia se manifestado. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.
