Durante o Junho Laranja, campanha que chama atenção para o combate à leucemia, a doação de sangue ganha destaque como um gesto vital. A médica oncohematologista Mariana Oliveira, da Oncoclínicas, reforça que pacientes com leucemia dependem de transfusões frequentes, especialmente de plaquetas, para enfrentar os efeitos da quimioterapia ou do transplante de medula óssea. Então, doar sangue não é apenas um ato de solidariedade, mas uma ferramenta direta de sobrevivência para milhares de brasileiros.
Na leucemia, as células de defesa do sangue sofrem mutações e comprometem toda a produção da medula óssea, incluindo glóbulos vermelhos e plaquetas. “É nesse cenário que a transfusão se torna essencial”, explica Mariana. A doação de sangue, feita de forma simples e segura, permite a separação das plaquetas, que são devolvidas ao paciente para evitar sangramentos e permitir a continuidade dos tratamentos. Acima de tudo, é uma forma acessível e imediata de salvar vidas.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 11 mil novos casos de leucemia devem surgir por ano até 2025. Embora curável em muitos casos, a doença exige suporte constante. “As plaquetas doadas atuam na coagulação e ajudam a reduzir os riscos de sangramento. Como o organismo repõe essas células em até 48 horas, o impacto para o doador é mínimo, mas o benefício para o paciente é enorme”, destaca a médica.
Além disso, muitas pessoas ainda sentem receio por falta de informação. Mariana explica que é preciso ter entre 18 e 69 anos, pesar mais de 50 kg e estar saudável. Evitar AAS, anti-inflamatórios e bebidas alcoólicas antes da doação também é essencial. “Se a população compreendesse o quanto essa ação pode mudar vidas, teríamos bancos de sangue abastecidos com mais frequência”, acrescenta.
Desde já, o alerta é claro: a doação de sangue é um dos pilares no tratamento da leucemia e deve ser estimulada constantemente. Mesmo quando o tratamento envolve apenas medicação ou quimioterapia leve, a reposição de plaquetas pode ser decisiva. A leucemia tem tratamento, e com mais doadores, o caminho para a cura se torna mais curto e seguro.
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