A expulsão do cavaleiro Paulo Geovane de Oliveira das Cavalhadas de Pirenópolis gerou intensa repercussão entre os moradores da cidade histórica goiana. O motivo foi a entrega simbólica de uma das tradicionais argolas — símbolo de honra e habilidade — à ex-candidata à prefeitura Ynâe Siqueira Curado (UB), acompanhada de uma fala política ao microfone durante a encenação.
O Instituto Cultural Cavalhadas de Pirenópolis, responsável pela organização do evento centenário, classificou o ato como uma infração ao código de conduta e anunciou, em nota oficial divulgada no dia 12 de junho, a exclusão definitiva de Paulo do quadro de cavaleiros. Segundo o instituto, o problema não foi a homenagem em si, mas o uso político do momento. “Cavalhada não é palanque. Não tem lado político”, frisaram os organizadores.
A decisão dividiu opiniões. Apesar de Paulo não ter se pronunciado até o momento da publicação desta matéria, Ynâe se manifestou em uma carta de repúdio, defendendo o cavaleiro e afirmando que ele apenas expressou apoio a uma figura pública com raízes na cidade. Para ela, a expulsão é uma tentativa de silenciar opiniões. “As Cavalhadas não pertencem a um grupo, elas são do povo”, escreveu.
Em contrapartida, o Instituto alegou que não foi a primeira vez que o participante utilizou a estrutura da festa para manifestações políticas e destacou a importância da neutralidade. Com a expulsão, Paulo Geovane, conhecido como Paulinho, não poderá mais representar o Castelo Mouro nas encenações entre Mouros e Cristãos. O evento, realizado entre os dias 8 e 10 de junho, continua gerando discussões sobre liberdade de expressão, tradição e limites da conduta pública nas manifestações culturais.
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