O Ministério da Saúde publicou a regulamentação do programa Agora Tem Especialistas, que pretende transformar o acesso da população brasileira a médicos especializados, exames de alta complexidade e cirurgias eletivas. A estratégia combina ações emergenciais e estruturantes com foco em reduzir as filas do Sistema Único de Saúde (SUS), articulando estados, municípios e até a iniciativa privada.
A principal inovação é o uso da estrutura já existente, tanto pública quanto privada. Hospitais, clínicas, consultórios e laboratórios que estiverem com capacidade ociosa poderão aderir ao programa e prestar serviços diretamente ao SUS, com pagamento garantido. Outra medida inédita é a possibilidade de empresas com dívidas junto à União prestarem serviços ao SUS como forma de compensação financeira.
Além disso, o Agora Tem Especialistas vai levar atendimento a locais de difícil acesso por meio de unidades móveis e ampliar o uso da telessaúde. Isso inclui ações como laudos e teleconsultorias, além da instalação do Super Centro Brasil de Diagnóstico do Câncer, que funcionará como base para acelerar o início do tratamento oncológico, um dos gargalos mais graves da saúde pública.
Outro destaque é o investimento na formação e distribuição de profissionais. O programa ofertará 3.500 bolsas, sendo 3 mil para formação de residentes e 500 para contratação direta de especialistas em regiões com carência de médicos. Um edital específico para o Mais Médicos Especialistas está em andamento e conta com adesão dos gestores locais.
Por fim, o controle e avaliação do programa também ganham reforço com painéis de dados em tempo real por meio do SUS Digital. Com ele, gestores e a população poderão acompanhar o tempo de espera, a produção assistencial e a cobertura dos serviços em cada região do país. A expectativa do governo é que o Agora Tem Especialistas represente um marco na reorganização do atendimento especializado no SUS, garantindo mais agilidade, eficiência e justiça social.