A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou, nesta segunda-feira (23), o reajuste máximo de 6,06% para planos de saúde individuais e familiares contratados diretamente por pessoas físicas. O percentual será aplicado entre maio de 2025 e abril de 2026, no mês de aniversário de cada contrato — ou seja, no mês em que o plano foi originalmente contratado.
Para contratos com aniversário em maio e junho, a cobrança poderá ocorrer a partir de julho, com possibilidade de valores retroativos, conforme orientação da agência reguladora. Em abril deste ano, cerca de 8,6 milhões de beneficiários estavam vinculados a esse tipo de plano, o que representa 16,5% do total de usuários de assistência médica suplementar no país.
O novo índice é inferior ao teto de 6,91% autorizado em 2024 e marca o menor reajuste desde 2021, quando houve redução de 8,19% nos valores, reflexo das restrições da pandemia. Desconsiderando o ano atípico de 2021, o índice atual seria o mais baixo desde 2008.
O reajuste não se aplica aos planos coletivos, que abrangem cerca de 83,5% dos beneficiários — aproximadamente 43,7 milhões de pessoas. Nessas modalidades, o percentual de aumento é definido pelas operadoras em negociação direta com empresas ou entidades.
Apesar de o novo teto superar o índice oficial de inflação (IPCA), que acumulou 4,83% em 2024 e 5,32% até maio de 2025, a ANS afirma que o reajuste leva em conta outros fatores além da inflação, como a frequência de uso dos serviços de saúde pelos beneficiários.
O setor enfrenta críticas de consumidores sobre aumentos e cancelamentos de contratos. Em contrapartida, operadoras argumentam que o custo médio tem crescido com a incorporação de novas tecnologias e o envelhecimento da população. Segundo dados da própria ANS, as empresas do setor registraram lucro líquido de R$ 6,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2024 (R$ 3,1 bilhões).
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