Por Redação Tribuna do Planalto em 03/07/2025 - 10:20
Nesta quinta-feira (3), a cidade de Trindade viveu um dos momentos mais esperados da Romaria do Divino Pai Eterno: o tradicional desfile de carros de boi. A manifestação, que envolve também cavaleiros e muladeiros, teve início às 7h30 na Praça da Igreja Matriz. Após a bênção inicial, os participantes seguiram em cortejo até o carreiródromo, reunindo cerca de 500 carros de boi, segundo a Associação de Carreiros de Goiás.
Além disso, o evento contou com a presença de comitivas vindas de diversas regiões do estado. Com seus trajes típicos, os carreiros reforçaram o espírito de fé e tradição que move a festa religiosa. O desfile de carro de boi, registrado como Patrimônio Cultural Brasileiro em 2018 pelo Iphan, é considerado um dos ícones da identidade rural goiana.
Durante o cortejo, o missionário redentorista padre João Bosco destacou que o ato representa não apenas fé, mas também uma forte conexão cultural. “É uma tradição que caminha com a história da devoção ao Pai Eterno, unindo gerações e mostrando o valor da persistência na fé”, comentou. Segundo ele, muitas famílias enfrentam longos trajetos com seus bois como um gesto de sacrifício e agradecimento.
Outro ponto marcante do dia foi a transferência simbólica da capital do Estado para Trindade, conforme determina a Lei Estadual nº 22.813. O gesto reforça a importância da cidade como centro de espiritualidade e cultura durante a romaria, que atrai milhões de fiéis ao longo dos dez dias de programação religiosa.
O desfile reforça o sentimento coletivo da fé popular e fortalece os laços culturais do interior de Goiás. Ele acontece sempre na quinta-feira que antecede o encerramento da Romaria, mantendo viva uma tradição passada de geração em geração. Trindade se transforma nesse dia no palco de uma das maiores expressões da religiosidade brasileira.
A expectativa é que o número de participantes continue crescendo nos próximos anos. O desfile de carro de boi não só emociona quem acompanha, mas também preserva um capítulo essencial da história do povo goiano — uma tradição que resiste ao tempo, carregada de fé, cultura e memória.
