A força-tarefa montada no lixão de Padre Bernardo concluiu nesta quinta-feira (10) a abertura do acesso à pilha de lixo que desmoronou sobre o córrego Santa Bárbara. O colapso ambiental, ocorrido no dia 18 de junho, despejou toneladas de resíduos em área de preservação, afetando agricultores da região. Caminhões já podem iniciar a remoção do material acumulado.
A barreira de contenção à jusante também foi finalizada, enquanto o barramento a montante continua em execução. Como o terreno é acidentado, a terra mais argilosa está sendo extraída do próprio local para garantir maior sustentação das estruturas. Técnicos ainda buscam minimizar a contaminação do curso d’água, usando motobombas para desviar o fluxo do córrego e preservar o abastecimento dos moradores.
A estratégia inclui depositar os resíduos em duas células vazias da propriedade: uma destinada ao lixo sólido e outra ao chorume, que será armazenado com manta impermeável já adquirida pela empresa. Com o avanço da operação, drones aplicam inseticida a cada três dias para conter a proliferação de moscas, que incomodam as famílias vizinhas.
Em reunião com a comunidade nesta quinta (10), o gerente de Emergências Ambientais da Semad, Sayro Reis, ouviu queixas sobre o impacto do lixão de Padre Bernardo na rotina dos moradores e recebeu pedidos para que a população participe mais ativamente das decisões. Representantes do ICMBio e da prefeitura também participaram do encontro.
A expectativa para esta sexta-feira (11) é a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Estado e a empresa Ouro Verde, responsável pela operação do lixão. O acordo deve fixar prazos e medidas de mitigação dos danos ambientais. Caso não ocorra, a Semad pode intervir diretamente na execução das ações de emergência.
O lixão de Padre Bernardo operava sem licença ambiental em área de preservação permanente, segundo o Ministério Público de Goiás. A Semad aplicou multa de R$ 37,5 milhões à empresa, e o local foi interditado. A situação evidencia os riscos da gestão irregular de resíduos sólidos e pressiona o poder público por mais fiscalização e soluções definitivas.