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Anápolis amanhece sem ônibus após início da greve do transporte coletivo

Sindicatos afirmam que prazo para negociação salarial se esgotou sem resposta


Redação Tribuna do Planalto Por Redação Tribuna do Planalto em 30/06/2025 - 09:41

Greve do transporte coletivo paralisa operação e impacta milhares de usuários. Foto: Bruno Velasco/Prefeitura de Anápolis

Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (30), Anápolis enfrenta uma paralisação total no transporte coletivo. A greve, liderada pelos motoristas da empresa Urban, começou após o fim do prazo para apresentação de uma contraproposta à pauta de reivindicações da categoria. A mobilização foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Anápolis (Sittra).

O presidente do Sittra, Adair Rodrigues, afirmou que os trabalhadores aguardavam retorno desde 30 de maio. “Nossa data-base é 1º de junho. Demos prazo até o fim do mês anterior, e até agora não houve resposta da empresa”, declarou. A greve do transporte coletivo foi decidida em reunião entre a diretoria sindical e lideranças, e atinge todos os horários e linhas operadas.

Entre as reivindicações, estão reajuste salarial de 10%, aumento de 15% no vale-alimentação, bônus de R$ 200 para motoristas com jornada iniciada às 4h, retorno do tíquete de férias e cinco dias de abono. Segundo o sindicato, esses itens já existiam em acordos anteriores e foram perdidos após a reforma trabalhista.

A empresa Urban, por meio do diretor jurídico Carlos Leão, afirmou estar buscando diálogo e responsabilizou a Prefeitura pela falta de providências legais que permitam o reajuste. “Qualquer aumento depende de ações do Poder Público. Enviamos as notificações e aguardamos retorno”, disse a nota. A empresa também alertou para a necessidade de manter o serviço mínimo e seguir os critérios legais de greve.

Enquanto isso, nas redes sociais, a população expressa indignação com a paralisação. Usuários reclamam da ausência de alternativas e da má qualidade do serviço prestado antes da greve. “Vai ficar mais barato andar de Uber”, comentou um internauta. Outro desabafou: “Isso é falta de respeito com quem precisa trabalhar cedo”. O clima de insatisfação cresce a cada hora sem transporte.

A Prefeitura de Anápolis ainda não se pronunciou oficialmente sobre a paralisação. O sindicato reforça que permanece aberto ao diálogo, mas afirma que sem uma proposta concreta, a greve continuará por tempo indeterminado. A expectativa da população é de uma solução urgente para que o transporte volte a funcionar e não prejudique ainda mais os trabalhadores.

Nota completa da URBAN:

Estamos buscando diálogo com o sindicato para que os serviços sejam restabelecidos.

A lei determina que qualquer reajuste salarial à categoria dependerá de providências prévias por parte da Prefeitura Municipal.

Desde o início do mês as notificações já foram enviadas pela empresa URBAN tanto à prefeitura quanto ao sindicato.

Aguardamos as providências por parte da Administração Pública para buscar o avanço nas negociações. Esperamos que tudo se encaminhe da melhor maneira.

Ressaltamos que o exercício do direito de greve depende da observância dos requisitos legais, como garantia do serviço mínimo e aviso-prévio à população.

Assim, qualquer ato contrário à lei ensejará a adoção das medidas judiciais aplicáveis ao caso.

Carlos Leão
Diretor Jurídico URBAN