Desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (30), Anápolis enfrenta uma paralisação total no transporte coletivo. A greve, liderada pelos motoristas da empresa Urban, começou após o fim do prazo para apresentação de uma contraproposta à pauta de reivindicações da categoria. A mobilização foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Anápolis (Sittra).
O presidente do Sittra, Adair Rodrigues, afirmou que os trabalhadores aguardavam retorno desde 30 de maio. “Nossa data-base é 1º de junho. Demos prazo até o fim do mês anterior, e até agora não houve resposta da empresa”, declarou. A greve do transporte coletivo foi decidida em reunião entre a diretoria sindical e lideranças, e atinge todos os horários e linhas operadas.
Entre as reivindicações, estão reajuste salarial de 10%, aumento de 15% no vale-alimentação, bônus de R$ 200 para motoristas com jornada iniciada às 4h, retorno do tíquete de férias e cinco dias de abono. Segundo o sindicato, esses itens já existiam em acordos anteriores e foram perdidos após a reforma trabalhista.
A empresa Urban, por meio do diretor jurídico Carlos Leão, afirmou estar buscando diálogo e responsabilizou a Prefeitura pela falta de providências legais que permitam o reajuste. “Qualquer aumento depende de ações do Poder Público. Enviamos as notificações e aguardamos retorno”, disse a nota. A empresa também alertou para a necessidade de manter o serviço mínimo e seguir os critérios legais de greve.
Enquanto isso, nas redes sociais, a população expressa indignação com a paralisação. Usuários reclamam da ausência de alternativas e da má qualidade do serviço prestado antes da greve. “Vai ficar mais barato andar de Uber”, comentou um internauta. Outro desabafou: “Isso é falta de respeito com quem precisa trabalhar cedo”. O clima de insatisfação cresce a cada hora sem transporte.
A Prefeitura de Anápolis ainda não se pronunciou oficialmente sobre a paralisação. O sindicato reforça que permanece aberto ao diálogo, mas afirma que sem uma proposta concreta, a greve continuará por tempo indeterminado. A expectativa da população é de uma solução urgente para que o transporte volte a funcionar e não prejudique ainda mais os trabalhadores.
Nota completa da URBAN:
Estamos buscando diálogo com o sindicato para que os serviços sejam restabelecidos.
A lei determina que qualquer reajuste salarial à categoria dependerá de providências prévias por parte da Prefeitura Municipal.
Desde o início do mês as notificações já foram enviadas pela empresa URBAN tanto à prefeitura quanto ao sindicato.
Aguardamos as providências por parte da Administração Pública para buscar o avanço nas negociações. Esperamos que tudo se encaminhe da melhor maneira.
Ressaltamos que o exercício do direito de greve depende da observância dos requisitos legais, como garantia do serviço mínimo e aviso-prévio à população.
Assim, qualquer ato contrário à lei ensejará a adoção das medidas judiciais aplicáveis ao caso.
Carlos Leão
Diretor Jurídico URBAN