Casos de dengue caíram mais de 85% em Anápolis nos primeiros três meses de 2025, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. A redução expressiva coloca a cidade em posição oposta ao cenário nacional, onde, apesar da queda geral de casos, ainda foram registradas 430 mortes no mesmo período. Em 2024, Anápolis somava mais de 18 mil notificações entre janeiro e março. Em 2025, esse número despencou para 472. A redução coincide com a adoção de ações de campo, como o gabinete de enfrentamento e a chamada Operação Tolerância Zero, que atuou em cerca de 80% do município.
Apesar da redução local, o Brasil ainda enfrenta desafios críticos. Até o fim de março, o Ministério da Saúde confirmou 493 mil casos prováveis da doença, com maior concentração em São Paulo, Paraná e Minas Gerais, que respondem por 73% dos registros e 86% dos óbitos. Em resposta, o governo federal anunciou R$ 300 milhões para apoiar os 80 municípios mais afetados, com a criação de centros de hidratação emergenciais. Goiás, por sua vez, registrou queda de 72,3% nos casos, somando 26.359 notificações até o início de março. A diferença entre os indicadores de Anápolis e o restante do estado sugere impacto direto das ações territoriais.
Além disso, o avanço do sorotipo DENV-3 — ausente do Brasil por mais de 15 anos — acendeu o alerta em várias regiões. Para especialistas, a redução dos casos de dengue não deve ser motivo para relaxar. O Ministério da Saúde já projeta novas diretrizes, incluindo protocolos de atendimento mais ágeis e distribuição de equipamentos para borrifação em áreas de risco. Desde já, o foco é evitar surtos em abril e maio, meses historicamente críticos para a transmissão. O contraste entre a realidade de Anápolis e o restante do país evidencia a necessidade de manter ações coordenadas, especialmente nos municípios que ainda convivem com altos índices de transmissão e pressão sobre os serviços de saúde.
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