Após a audiência pública realizada nesta semana na Câmara Municipal de Anápolis com vítimas do perfil “Anápolis na Roda”, o deputado federal Rubens Otoni (PT) voltou a defender, com firmeza, que a Casa Legislativa assuma a responsabilidade de aprofundar a apuração dos fatos caso o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) não autorize o prosseguimento das investigações pela Polícia Civil. Segundo o parlamentar, a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) seria o caminho natural diante da gravidade do caso e da necessidade de dar respostas concretas à sociedade anapolina.
“Se a Justiça permitir que a Polícia Civil continue investigando, ótimo. Mas, se não autorizar, a Câmara tem o dever moral e político de agir. Não podemos deixar esse caso cair no esquecimento, porque há pessoas feridas, vítimas de ataques covardes e orquestrados”, afirmou Otoni logo após a audiência, que reuniu vereadores, vítimas e representantes da sociedade civil.
Durante o encontro, diversos relatos emocionaram o público e evidenciaram o impacto devastador das postagens difamatórias feitas por meio do perfil anônimo. Otoni destacou que o Legislativo deve agir com independência e compromisso com a verdade. “A Câmara não pode se omitir. É o espaço legítimo para buscar a verdade quando outras esferas não conseguem avançar. É preciso garantir transparência, acompanhar as denúncias e dar voz às vítimas.”
O parlamentar ressaltou ainda que, se alguém injustamente apontado como envolvido não tiver ligação com os fatos, deve ser o primeiro a defender o avanço das investigações. “Quem é inocente quer esclarecer tudo. É uma oportunidade de mostrar que não tem nada a ver com isso.”
A audiência foi promovida por vereadores da Frente Parlamentar de Acompanhamento da Operação Máscara Digital, que investiga possíveis crimes ligados à difamação, perseguição política e uso indevido de plataformas digitais. Até o momento, figuras públicas, servidores e até membros da imprensa foram atingidos. O inquérito já levou à exoneração de nomes ligados à comunicação da Prefeitura e da Câmara, e aponta possível envolvimento do prefeito Márcio Corrêa — cujo pedido de investigação segue pendente no TJGO.