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Documento do Iphan confirma intervenção na imagen de Nossa Senhora das Dores da Matriz de Pirenópolis

Perita enviada pelo Iphan afirmou que três esculturas tombadas estão em situação precária e precisam de restauração técnica


Redação Tribuna do Planalto Por Redação Tribuna do Planalto em 11/04/2025 - 10:29

Imagens de antes e depois de Nossa Senhora das Dores, parte das obras religiosas tombadas da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário
Imagens de antes e depois de Nossa Senhora das Dores, parte das obras religiosas tombadas da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário. (Fotos: Reprodução/cedidas pelo Iphan)

O laudo da perita enviado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ao Tribuna de Anápolis confirmou que a imagem de Nossa Senhora das Dores, do acervo tombado da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, em Pirenópolis, passou por intervenções não autorizadas. A suspeita é de que tenha sido repintada e o laudo diz que o estado da obra é considerado precário pelo instituto.

Além da imagem da santa, a profissional restauradora Virgynia Corradi Lopes da Silva analisou e constatou que outras duas obras – as imagens de Nossa Senhora do Rosário e do Senhor Morto – também foram modificadas. Segundo a perita, a imagem de Nossa Senhora das Dores, apresentou repintura completa, cobrindo a policromia original. Foram encontradas rachaduras na madeira, acúmulo de umidade e até acréscimos de detalhes inexistentes na obra original, como lágrimas artificiais. A intervenção, feita sem critério técnico, comprometeu a integridade artística e histórica da peça.

Outras esculturas também foram afetadas. O Senhor Morto teve sua superfície repintada, com alterações nas representações de sangue e chagas. Já Nossa Senhora do Rosário sofre com desgaste por exposição à luz, faltando até partes dos dedos. Apesar dos danos, a perícia indicou que ainda é possível restaurar as peças com intervenções especializadas.

A associação responsável pelas celebrações religiosas quaresmais, a Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramento, negou que as imagens mesmo após as dezenas de denúncias feitas. Enquanto o Iphan não se pronuncia oficialmente, as imagens continuarão a ser utilizadas em procissões da Semana Santa. O caso levanta debates sobre a preservação do patrimônio religioso e a necessidade de fiscalização rigorosa.