Estudo do Todos Pela Educação, divulgado nesta segunda-feira, 28, mostra que, apesar de avanços recentes, os níveis de aprendizagem ainda não retomaram os patamares de 2019. Além disso, as desigualdades, que já eram expressivas antes da crise sanitária, se agravaram. Os dados têm como base o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicado no 5º e no 9º ano do ensino fundamental e no ensino médio, em matemática e língua portuguesa.
Então, os resultados apontam que, no 5º ano, 55,1% dos alunos alcançaram aprendizagem adequada em língua portuguesa e 43,5% em matemática. No 9º ano, esses índices foram de 35,9% e 16,5%, respectivamente. Já no ensino médio, os números são ainda mais preocupantes: apenas 32,4% dos estudantes demonstraram proficiência em língua portuguesa e 5,2% em matemática. Acima de tudo, esses dados confirmam que o Brasil precisa agir rápido para recompor a educação básica e reduzir as desigualdades.
Além disso, o estudo revela que as disparidades raciais e socioeconômicas aumentaram. Em 2023, a diferença no 5º ano do ensino fundamental entre alunos brancos e pretos/pardos/indígenas chegou a 8,2 pontos percentuais em língua portuguesa e 9,5 em matemática. No ensino médio, a diferença foi ainda maior: 14 pontos em língua portuguesa. Desde já, a recuperação desses índices depende da implementação de políticas públicas específicas que garantam acesso equitativo a uma educação de qualidade para todos.
Porque a situação exige atenção, a divulgação do estudo foi feita no Dia Mundial da Educação, em 28 de abril, reforçando a urgência do tema. Dados do Iede também mostram que a aprendizagem em matemática segue estagnada, especialmente no ensino médio, onde apenas 5% dos estudantes alcançam o nível adequado. A educação no Brasil, portanto, enfrenta o desafio de corrigir essas desigualdades profundas e garantir que todos os estudantes tenham as mesmas oportunidades de aprendizagem.