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Pesquisa mostra que empreendedoras goianas ganham menos que homens

Estudo é da Universidade Federal de Goiás (UFG) em parceria com o Sebrae Goiás


Redação Tribuna do Planalto Por Redação Tribuna do Planalto em 16/04/2025 - 09:59

empreendedoras goianas
Renda mensal das empreendedoras goianas é 37% menor que a dos homens. (Foto: Divulgação)

Uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) aponta que a desigualdade de gênero também se reflete no empreendedorismo local: as mulheres empreendedoras têm uma renda mensal 37% menor que a dos homens. Os dados fazem parte da quinta edição do estudo Perfil das Empreendedoras Goianas, desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisa em Empreendedorismo e Inovação (Lapei), da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas (Face/UFG), em parceria com o Sebrae Goiás.

Em Goiás, há cerca de 353 mil mulheres empreendedoras, com idade média de 42 anos. A pesquisa mostra que a renda média delas é de R$ 2.754, enquanto a dos homens no mesmo setor chega a R$ 4.361.

Esta edição do Perfil da Empreendedora Goiana destaca as mulheres que empreendem em casa. Segundo o estudo, quatro em cada dez empreendedoras trabalham em suas residências, contra apenas um em cada dez homens. A renda média dessas mulheres é de R$ 1.755, bem abaixo dos R$ 3.663 obtidos pelos homens na mesma situação. “Isso não é casual. Os homens geralmente têm mais tempo para se dedicar ao trabalho, ao contrário das mulheres”, destacou a reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, durante a apresentação da pesquisa.

A professora ressaltou que atividades como cuidar da aparência, cozinhar ou costurar nem sempre foram vistas como empreendedorismo. “Era considerado apenas uma ajuda doméstica, mas hoje é uma fonte de renda essencial, muitas vezes a única para suas famílias”, explicou.

Angelita observou que o empreendedorismo em casa surge, muitas vezes, da necessidade de conciliar trabalho, cuidados com a família e afazeres domésticos. “Nem sempre é uma escolha, e as condições nem sempre são ideais. Conhecer esse perfil ajuda a UFG, o Sebrae e o governo a desenvolver políticas públicas para apoiá-las.”

Dentre essas empreendedoras, 60% são pretas ou pardas, e apenas 28% possuem ensino superior. As áreas mais comuns são comércio de roupas, beleza, alimentação e varejo. Além disso, apenas 18% têm CNPJ, indicando baixa formalização.

Entre as dificuldades enfrentadas estão a mistura de finanças pessoais e do negócio, o equilíbrio entre trabalho e demandas familiares, a falta de estrutura adequada em casa e o desconhecimento de normas legais. Por outro lado, há um avanço: as mulheres agora se reconhecem como empreendedoras, o que antes não acontecia. Esse autoconhecimento é fundamental para criar políticas de apoio e incentivos específicos.

Para Daiane Martins Teixeira, pesquisadora do Lapei, o Perfil da Empreendedora Goiana consolida a parceria entre UFG e Sebrae e se torna uma referência para decisões e ações em prol das mulheres. “Avançamos, mas ainda há muito a ser feito, tanto em informações quanto em iniciativas práticas”, concluiu.

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