Uma farmacêutica foi condenada pela Justiça do Trabalho em Anápolis, a 55 km de Goiânia, após manter uma funcionária trabalhando dentro de um banheiro. A decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) reconheceu o assédio moral e determinou uma indenização de R$ 65 mil em segunda instância. A empresa ainda pode recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). A informação foi divulgada pelo portal g1.
Segundo o processo, a trabalhadora foi transferida para o local em 2016, após recomendação médica para mudança de função por causa de doenças ocupacionais. No entanto, ao invés de ser realocada adequadamente, passou a cumprir jornada sentada em um banco de zinco, ao lado de duas colegas, carregando documentos dentro do banheiro. O caso gerou indignação por expor a funcionária a constrangimentos.
Além disso, a ex-funcionária relatou ao g1 que era alvo constante de piadas ofensivas de colegas de trabalho, que usavam termos como “piolho de banheiro”. Então, após sete anos convivendo com as sequelas físicas e psicológicas, ela recorreu à Justiça em 2023. A ação pediu rescisão indireta do contrato e indenização por danos morais, estabilidade, pensão vitalícia, FGTS, férias, seguro-desemprego e 13º salário.
A advogada Dayanne Teles explicou que a farmacêutica violou obrigações legais, mantendo a funcionária em estado de ociosidade forçada e sem oferecer espaço adequado para reabilitação. “Foi reconhecida uma falta grave da empresa. A rescisão indireta é como uma justa causa contra o empregador”, afirmou. Acima de tudo, ela destaca que a cliente sofre com diversas lesões: tendinite, bursite, síndrome do túnel do carpo e problemas na coluna.
Por fim, o valor de R$ 65 mil é provisório e poderá aumentar após apuração final da Contadoria Jurídica. O g1 informou que tentou contato com a empresa, mas não obteve resposta. A condenação levanta debates sobre condições de trabalho no setor industrial e reforça o papel da Justiça em coibir práticas abusivas, principalmente em grandes empresas como esta farmacêutica.