A recente prisão do estelionatário Marcos Alexandre Santos Sussi, em Pernambuco, reacendeu a discussão sobre a proteção de dados no Brasil. O criminoso, conhecido por aplicar diversos golpes, usava a identidade do piloto anapolino Filipe Micael Silva. Desde já, a defesa da vítima tenta reverter os bloqueios judiciais, após dois anos de tentativas para provar sua inocência.
Então, com a confirmação da autoria dos crimes, o advogado João Victor Salgado já protocolou um pedido na Justiça para anular as acusações contra Filipe e desbloquear suas contas bancárias. Segundo ele, a prisão traz esperança, mas ainda exige cautela. “Levamos ao processo os documentos que comprovam que Filipe não tem relação com os crimes”, afirma o advogado.
Além disso, os impactos na vida do piloto são profundos. Com todas as contas bloqueadas e R$ 60 mil penhorados judicialmente, Filipe depende da ajuda da família para sobreviver. “A prisão impediu novos golpes, mas os efeitos passados ainda causam grande prejuízo”, explica o advogado. O caso mostra, acima de tudo, o quanto o uso indevido de dados pessoais pode comprometer vidas inteiras.
A origem do vazamento de dados ainda está sob investigação. Mas há indícios de que os dados de Filipe tenham sido expostos inicialmente por uma escola de aviação e, depois, por plataformas digitais. A Polícia Civil já apura a responsabilidade desses vazamentos. “Esse ponto é fundamental para responsabilizar os envolvidos”, reforça João Victor.
Por fim, o caso revela uma grave falha na proteção de dados no país. Para o advogado, é urgente garantir o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “Sem fiscalização e educação digital, outros inocentes seguirão sendo vítimas”, alerta. Enquanto isso, Filipe ainda espera por justiça para, enfim, retomar sua vida com dignidade.