O futuro da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que atravessa Anápolis e conecta Goiás a outros sete estados e ao Distrito Federal, está em discussão no governo federal. A atual concessão, sob responsabilidade da Valor da Logística Integrada (VLI), empresa de logística, expira em setembro de 2026. De acordo com a Folha de São Paulo, enquanto a empresa busca a renovação antecipada por mais 30 anos, estudos internos do Ministério dos Transportes indicam que uma nova licitação poderia trazer mais benefícios à União, incluindo maior retorno financeiro e menor risco jurídico.
A FCA possui 7.857 km de extensão, mas cerca de 3.000 km estão inutilizados, e outros 2.700 km têm tráfego considerado “baixíssimo”. Apenas 27% da malha é explorada regularmente. Em Goiás, trechos como os de Anápolis, Luziânia, Pires do Rio, Catalão, Vianópolis e Ipameri estão no centro das discussões sobre investimentos e modernização da infraestrutura ferroviária.
A VLI propõe investir R$ 24 bilhões na renovação da concessão, incluindo melhorias em trilhos, pátios e sistemas de segurança. No entanto, a ausência de estudos técnicos detalhados e a falta de transparência no processo levaram a Justiça Federal a suspender, em outubro de 2024, as audiências públicas sobre a renovação antecipada, atendendo a uma ação da associação Logística Brasil.
O governo de Goiás, por sua vez, articula investimentos para os trechos goianos da FCA, visando aumentar a produtividade e eficiência do setor logístico estadual. A decisão final sobre a concessão da ferrovia terá impacto direto no desenvolvimento econômico de Anápolis e de todo o estado de Goiás.