O motorista do ônibus que tombou na rodovia MG-223, em Minas Gerais, causando a morte de 12 pessoas, foi indiciado por 12 homicídios dolosos e 46 tentativas de homicídio. A informação foi confirmada pela Polícia Civil de Minas Gerais durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (15), que anunciou a conclusão do inquérito. O condutor, de 58 anos, estava dirigindo a aproximadamente 96 km/h em um trecho com limite de 60 km/h.
Segundo o perito Daniel Luiz de Souza, o excesso de velocidade foi determinante para o acidente. A curva onde o ônibus tombou, no trecho conhecido como Trevo do Queixinho, é considerada acentuada. A análise técnica apontou que o veículo se arrastou por cerca de nove metros após perder o controle e tombar. O local era sinalizado com placa de limite de velocidade (R-19), e a telemetria fornecida pela própria empresa confirmou a alta velocidade.
O acidente ocorreu na madrugada de 8 de abril, no km 134 da MG-223. O ônibus havia saído de Anápolis (GO) com destino a São Paulo. Testemunhas relataram que o motorista demonstrava pressa e mencionou estar tentando recuperar o tempo perdido da viagem.
A empresa Real Expresso, responsável pelo ônibus e integrante do Grupo Guanabara, afirmou em nota que continua colaborando com as autoridades e fornecendo todas as informações solicitadas, com transparência e responsabilidade.
Segundo o delegado Rodrigo Luiz Fiorindo Faria, responsável pela investigação, o indiciamento leva em conta a impossibilidade de defesa das vítimas. Os relatos de sobreviventes reforçaram a tese de que o motorista estava consciente do risco, mas seguiu em alta velocidade mesmo diante das condições da via. O caso agora segue para o Ministério Público, que deve decidir sobre eventual denúncia e prosseguimento judicial.