O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Diocese de Anápolis e os integrantes da Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramento devem definir, em breve, os detalhes da restauração oficial das obras sacras de Pirenópolis que sofreram intervenções não autorizadas. Decisão ocorre após as denúncias que geraram a polêmica sobre as alterações mal feitas nas imagens, que são patrimônico histórico e cultura.
O Iphan afirmou que pretende se reunir com a Diocese de Anápolis após a Semana Santa para definir o processo de restauração das esculturas da Nossa Senhora das Dores, do Senhor Morto, Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião. Isso por que, após a perícia de uma profissional enviada pelo instituto, foi constatada a aplicação de novas camadas de tinta que recobriram a pintura original, procedimento que não seguiu os critérios técnicos exigidos para bens tombados.
No relatório, a conservadora-restauradora de bens culturais, chefe do Serviço de Gestão da Conservação de Bens Móveis e Integrados do Iphan, Virgynia Corradi Lopes da Silva, a nota técnica que apresentou visa, sobretudo, “contribuir para um olhar mais sensível e comprometido com a complexidade que envolve a preservação do patrimônio cultural”. Ela ainda sugeriu que a Diocese de Anápolis apresente um projeto de restauro a ser debatido com o instituto.
Apesar disso, como as imagens pertencem ao acervo da igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, mas são um bem tombado pelo Iphan que fica sob os cuidados da Irmandade do Santíssimo Sacramento, o processo ainda deve levar algum tempo até ser realizado. O nstituto, que emitiu uma nota recente sobre o assunto, após a confirmação das alterações, destacou que as imagens religiosas têm forte valor simbólico e afetivo para a comunidade de Pirenópolis, e reforça a necessidade de diálogo e cuidado na preservação do patrimônio. A cidade já enfrentou perdas significativas, como o incêndio da Matriz nos anos 2000 e a demolição da antiga Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, na década de 1940. Para o instituto, a proteção desses bens deve ser feita com respeito à memória, à história e à identidade local.