Nesta terça-feira (6), Ascanio Dias, motorista acusado pelo atropelamento que tirou a vida do adolescente Haryell Silva Roque, em 2020, enfrenta um júri popular no Fórum de Anápolis. O caso, que comoveu a cidade, ganhou ainda mais repercussão devido às circunstâncias que cercavam a família da vítima.
Haryell, de apenas 16 anos, foi atingido por um carro enquanto voltava de bicicleta para casa, após jogar futebol. O motorista fugiu sem prestar socorro, deixando o jovem gravemente ferido na Avenida Pedro Ludovico, a apenas 2 km de sua residência. A tragédia abalou profundamente seus familiares, especialmente o irmão mais novo, Ruan, diagnosticado com autismo e que tinha um forte vínculo com os coletores de lixo da região.
Pouco antes do acidente, a família havia realizado um café da manhã em homenagem aos coletores, uma tradição iniciada justamente para celebrar a paixão de Ruan por esses trabalhadores. Mesmo após a perda de Haryell, os parentes decidiram manter o gesto, transformando-o em um tributo ao adolescente falecido. O evento, que começou de forma simples, hoje mobiliza a comunidade, contando até com um caminhão adesivado com o símbolo do autismo em apoio à causa.
Enquanto aguardam o desfecho do julgamento, a família mantém a esperança por justiça. “Acreditamos que a verdade prevaleça. Haryell não será esquecido”, declarou Weslania Silva, mãe do jovem. O caso continua a ecoar na memória de Anápolis, lembrando a importância da responsabilidade no trânsito e do valor da vida.