A Polícia Federal (PF) investiga ameaças de morte feitas contra a chefe do escritório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Pirenópolis, a 63 km de Anápolis. A servidora Eliza Borges de Castro denunciou dois proprietários de casarões históricos que teriam a intimidado após ações de fiscalização e embargo de obras irregulares. Ambos já foram intimados para prestar depoimento na sede da PF em Goiânia.
Segundo o Iphan, as ameaças ocorreram após a demolição de um casarão histórico sem autorização do órgão e da prefeitura. O pedido para a obra foi feito em abril, mas o proprietário não esperou o parecer técnico. Como resultado, a construção foi derrubada e o instituto aplicou auto de infração, embargou o local e determinou prazo para defesa.
O Iphan Pirenópolis, responsável por proteger os imóveis tombados do centro histórico, reforçou que todas as intervenções — desde uma simples pintura até a substituição de portas ou telhados — exigem autorização prévia. Além disso, o órgão solicitou reunião urgente com a Superintendência da Polícia Federal para garantir a segurança dos servidores e a continuidade das ações de preservação.
A cidade de Pirenópolis é conhecida por seu conjunto arquitetônico colonial dos séculos 18 e 19, tombado pelo patrimônio federal. Acima de tudo, o Iphan ressalta que seu trabalho não é impedir reformas, mas assegurar que elas respeitem a identidade histórica do município. Desde já, o instituto mantém fiscalização rigorosa para coibir irregularidades que possam comprometer esse valor cultural.