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Santa Casa de Anápolis recebe parcela atrasada, mas mantém restrição a novas internações pelo SUS

Enquanto isso, técnicos da Secretaria de Saúde realizam avaliação para encontrar um valor sustentável


Redação Tribuna do Planalto Por Redação Tribuna do Planalto em 28/03/2025 - 14:48

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A Santa Casa mantém 36 leitos de UTI que atendem pacientes do SUS. (Foto: reprodução)

A Santa Casa de Misericórdia de Anápolis recebeu, nesta semana, o repasse complementar de R$ 648 mil referente a dezembro de 2024, valor destinado à manutenção das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) conveniadas com o município. No entanto, a instituição mantém a suspensão de novas internações de pacientes regulados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) municipal, aguardando o pagamento dos repasses de janeiro a março de 2025.

As informações são extra oficiais, já que nem a Prefeitura de Anápolis, nem a Santa Casa responderam o pedido de informação do Tribuna do Planalto, respectivamente, sobre quando os próximos repasses serão feitos e quando a Santa Casa receberá pacientes na UTI por meio do SUS.

Vale lembrar que a situação financeira da instituição levou à decisão de restringir atendimentos desde terça-feira (25), quando a Fundação de Assistência Social de Anápolis (FASA), mantenedora do hospital, alegou atraso em quatro parcelas mensais. Embora o valor de dezembro tenha sido quitado, os meses subsequentes permanecem pendentes.

Sobre o repasse feito, foi o líder do prefeito Márcio Corrêa (PL) na Câmara Municipal, o vereador Jean Carlos (PL), quem revelou que a prefeitura estuda rever o valor do complemento pago à Santa Casa, considerado acima da tabela do SUS. O acordo vigente, aprovado em 2023 pelo Conselho Municipal de Saúde, prevê o repasse mensal de R$ 648 mil até dezembro de 2024 para custeio dos 36 leitos de UTI.

“Existe uma necessidade de ajuste contratual, considerando as limitações orçamentárias do município”, afirmou o parlamentar, destacando que técnicos da Secretaria de Saúde realizam avaliação para encontrar um valor sustentável. Jean Carlos ressaltou, porém, a importância estratégica desses leitos para o sistema de saúde local.

Enquanto isso, a presidente da Câmara, Andreia Rezende (Avante), recebeu o diácono Júlio César Silva, responsável pelas Relações Institucionais da FASA, para discutir soluções para a crise. “Reconhecemos a importância histórica da Santa Casa e estamos abertos ao diálogo para garantir a continuidade dos serviços”, declarou a parlamentar.

O prefeito Márcio Corrêa, por sua vez, fez um apelo por “união” entre as instituições, sem mencionar diretamente o hospital. “Este é o momento de todos olharem para o bem comum, não apenas para interesses particulares”, declarou o gestor municipal.

A Santa Casa mantém 36 leitos de UTI que atendem pacientes do SUS, com custo diário de aproximadamente R$ 1,7 mil por leito – valor rateado entre município, estado e União. A direção do hospital afirma que, sem os repasses complementares, a manutenção dessas vagas se torna inviável financeiramente.

Enquanto aguarda definição sobre os pagamentos pendentes, a instituição mantém atendimentos emergenciais e casos já internados, mas segue sem aceitar novos pacientes regulados pelo município nas unidades de terapia intensiva.