Na última quarta-feira, 30, o prefeito Márcio Corrêa voltou a reforçar o tom firme com relação às ações que sua gestão vem promovendo nas ruas de Anápolis. “Vamos buscar resgatar a dignidade de quem realmente precisa, oferecendo tratamento, inclusão social e oportunidades reais”, afirmou, ao anunciar uma nova etapa da força-tarefa voltada para pessoas em situação de rua. Márcio Corrêa também foi direto ao dizer que quem estiver nas ruas para praticar crimes ou ameaçar moradores será retirado e responsabilizado. Acima de tudo, a gestão municipal quer mostrar firmeza diante de um problema urbano que vem crescendo.
Essa atuação, no entanto, tem raízes em declarações polêmicas feitas ainda em fevereiro, quando o prefeito divulgou vídeos em suas redes sociais abordando moradores de rua. Na ocasião, ele questionava diretamente: “Se arrumar um emprego para você, você trabalha?” e também declarou a um deles: “Ou vai ter que trabalhar ou sai da cidade.” A frase causou forte repercussão na cidade e reacendeu o debate sobre qual o limite entre acolher e punir quem vive em vulnerabilidade. Então, embora a proposta da gestão seja promover a reintegração social, a abordagem direta gerou questionamentos sobre sensibilidade e eficácia.
Além disso, a força-tarefa anunciada em fevereiro tem como objetivo identificar as pessoas em situação de rua, entender seus perfis e direcioná-las para políticas públicas de assistência, quando possível. Desde já, a prefeitura reforça que o trabalho é para “trazer paz às famílias” e que não permitirá a criação de uma “cracolândia” em Anápolis. Mas críticos apontam que há riscos de tratar a questão com viés mais punitivo que social. Isso porque problemas como dependência química, desemprego e falta de acesso a serviços de saúde não se resolvem apenas com rigidez — exigem acolhimento, diálogo e estrutura de apoio.
Contudo, para muitos moradores da cidade, o endurecimento nas ações vem ao encontro da sensação de insegurança nas ruas. Comerciantes e famílias que convivem com a presença de usuários de drogas ou pessoas em situação de rua demonstram apoio às medidas. O desafio, no entanto, continua sendo equilibrar ação com empatia. As palavras do prefeito indicam um caminho de combate à criminalidade, mas a prática precisa avançar em políticas públicas consistentes. Assim, a gestão de Márcio Corrêa será testada não apenas pela firmeza, mas pela capacidade de construir soluções humanas e efetivas para um problema complexo.