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Márcio Corrêa se pronuncia sobre dívida bilionária de Ánapolis; entenda

Prefeito diz ter herdado situação fiscal insustentável e promete ajustes sem novos empréstimos, enquanto município lida com queda de arrecadação e serviços paralisados


Avatar Por Carlos Nathan em 01/07/2025 - 10:48

Márcio Corrêa se proncuncia sobre divida bilionária de Ánapolis; entenda
Em postagem nas redes sociais, Corrêa afirmou que recebeu a prefeitura com um “rombo” resultado de “empréstimos caríssimos” e obras inacabadas. (Imagem: Reprodução/Redes Sociais)

O prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), se pronunciou publicamente sobre a dívida bilionária que domina o debate na cidade no início desta semana. Segundo dados oficiais apresentados em audiência pública na Câmara Municipal, a prefeitura encerrou 2024 com déficit de R$ 268 milhões — maior até que o da capital Goiânia — e soma hoje um endividamento total de R$ 1,749 bilhão, dividido entre R$ 305 milhões em dívidas de curto prazo e R$ 1,443 bilhão em compromissos de longo prazo.

Em postagem nas redes sociais, Corrêa afirmou que recebeu a prefeitura com um “rombo” resultado de “empréstimos caríssimos” e obras inacabadas. Ele destacou que o programa Anápolis Investe, carro-chefe da gestão anterior, contraiu créditos com taxas elevadas mesmo com classificação CAPAG “C”, o que encareceu o serviço da dívida. Para o prefeito, a solução passa por um choque de gestão: cortes de gastos, eliminação de regalias e redução drástica de cargos comissionados. Em quatro meses, a atual administração afirma ter economizado R$ 60 milhões, sem recorrer a novos empréstimos para tocar obras como o viaduto do Recanto do Sol.

A gravidade do problema não se resume ao passivo acumulado. O município também enfrenta queda de arrecadação: no primeiro quadrimestre de 2025, a receita total caiu 14,4% em relação ao ano anterior, passando de R$ 750,3 milhões para R$ 642,3 milhões. Houve retração em itens como IPTU (-1,23%), ISS (-3%) e ITBI (-4,81%), além de queda nos repasses estaduais e federais. Segundo o secretário de Economia, Marcelo Olímpio, falhas no envio de dados pela gestão anterior reduziram os índices de participação no ICMS, agravando ainda mais a situação.

Apesar das dificuldades, a prefeitura manteve o investimento mínimo constitucional em saúde (24,63% da receita) e educação (27,42%). Para enfrentar a dívida bilionária, o governo municipal estuda renegociar juros e prazos, melhorar a cobrança de inadimplentes e incentivar o registro formal de imóveis com desconto no ITBI. Corrêa também criticou o pedido por mais subsídios ao transporte coletivo em meio a uma paralisação recente, dizendo que recurso público “não é saco sem fundo” para bancar tarifas caras sem entregar qualidade.