Lusimar Augustinho da Silva, de 53 anos, voltou a ganhar destaque nas redes sociais após comparecer ao show da cantora Lady Gaga no último sábado (3) no Rio de Janeiro. Conhecida como “Menina do Ministério Etrom”, Lusimar é uma figura polêmica que mistura discursos religiosos desconexos com comportamentos um tanto quanto “enérgicos” em locais públicos. O que poucos sabem é que ela nasceu em Montes Claros de Goiás.
Segundo relatos, sua mãe faleceu durante o parto, e seu pai morreu quando ela ainda era criança. Criada pelos avós em Goiânia, Lusimar teve uma juventude discreta, trabalhando em uma ótica e frequentando assiduamente uma igreja local. Com o tempo, passou a apresentar comportamentos agressivos e isolados, o que levou a família a tentar interná-la diversas vezes. Em 2007, foi internada no Hospital Psiquiátrico Casa de Eurípedes, de onde fugiu, sendo declarada desaparecida pela família.
Após sua fuga, Lusimar criou o “Blog Neutro”, onde publicou mais de 7 mil textos entre 2008 e 2017. As publicações, muitas vezes desconexas, revelavam um aparente sofrimento mental. Com o tempo, passou a gravar vídeos em que abordava e ameaçava pessoas nas ruas, chamando-as de “saymonistas” — termo que ela criou para se referir a seguidores de uma suposta seita chamada Saymonista, contra a qual seu “Ministério Etrom” lutaria.
Sua figura excêntrica, sempre vestida com uma jardineira jeans, chamou a atenção nas redes sociais, onde acumulou milhares de seguidores. Muitos a viam como um personagem de humor, interagindo com suas publicações e até enviando doações via Pix.
Controvérsias e processos judiciais
Apesar da fama nas redes, Lusimar responde a diversos processos por racismo, ameaça e difamação em pelo menos quatro estados brasileiros: Goiás, Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul. Em 2015, ameaçou jornalistas por meio de seu blog. Em 2019, publicou vídeos com declarações racistas e homofóbicas. Em 2020, perseguiu estudantes de um colégio militar em Goiás, e em 2022, acusou falsamente um manobrista de estupro. Em 2024, foi detida após fazer ameaças à primeira-dama do Distrito Federal, Mayara Noronha.
Situação atual e saúde mental
Lusimar vive em situação de rua e já passou pelo Centro Pop do Distrito Federal, que atende a população em situação de vulnerabilidade. Em 2019, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul tentou localizá-la após ameaças feitas a uma mulher grávida, mas não obteve sucesso. Relatórios policiais indicam que ela apresenta sinais de transtornos mentais, embora não haja diagnóstico oficial.
O caso de Lusimar Augustinho da Silva levanta questões sobre saúde mental, responsabilidade social e os limites do humor nas redes sociais. Enquanto alguns a veem como uma figura cômica, outros alertam para os perigos de romantizar comportamentos que podem ser prejudiciais tanto para ela quanto para as pessoas ao seu redor.
A história da “Menina do Ministério Etrom” é um retrato complexo de como a internet pode amplificar comportamentos excêntricos, muitas vezes sem considerar as implicações éticas e sociais envolvidas.