O mês de julho marca a campanha Julho Amarelo, que chama a atenção para a prevenção e o enfrentamento das hepatites virais, um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A hepatite é uma infecção que atinge o fígado e pode evoluir de forma silenciosa, com risco de causar cirrose, câncer hepático e até necessidade de transplante. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 70% dos óbitos por hepatite entre 2020 e 2023 foram causados pelo vírus C, seguido pelos tipos B e A.
Com o objetivo de ampliar o acesso ao diagnóstico precoce e tratamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem implementado práticas de sucesso em várias regiões do país. Entre as iniciativas, está a testagem rápida de hepatite para gestantes e parceiros sexuais, evitando a transmissão da infecção para o bebê. Outro exemplo é a descentralização dos testes em Campos dos Goytacazes (RJ), que capacitou profissionais da Atenção Básica para atendimento direto nas unidades de saúde.
A cidade de Joinville (SC) também se destacou com a substituição de exames laboratoriais por testes rápidos nas UBSs, o que reduziu custos e otimizou o diagnóstico de hepatite. Já em Volta Redonda (RJ), salões de beleza foram foco de uma campanha preventiva que alertou sobre a contaminação por hepatite via instrumentos não esterilizados. A ação alcançou 493 estabelecimentos e promoveu vacinação em profissionais do setor.
As hepatites virais mais comuns no Brasil são causadas pelos vírus A, B e C. Os tipos B e C tendem a causar infecções crônicas e exigem maior atenção. Já o vírus D tem maior prevalência na região Norte e o tipo E é mais comum em países da África e da Ásia. Embora os sintomas sejam muitas vezes inexistentes, quando presentes, incluem cansaço, febre, enjoo, dor abdominal, olhos amarelados e urina escura.
A atuação do SUS é decisiva para conter o avanço da hepatite no Brasil. A plataforma IdeiaSUS, da Fiocruz, reúne experiências bem-sucedidas como essas e reforça o papel da atenção primária à saúde no enfrentamento da doença. O incentivo à vacinação, ao uso de equipamentos esterilizados e à testagem rápida são caminhos para reduzir os impactos da hepatite na população.
A campanha Julho Amarelo, instituída por lei federal, reforça a necessidade de vigilância constante e educação em saúde. A hepatite pode evoluir de forma silenciosa por décadas. Por isso, o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento gratuito são estratégias fundamentais para preservar vidas e evitar complicações graves.